Médico ortopedista Thiago Pedro, especialista em cirurgia da coluna, com atendimento no SEOT – Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia, traz orientações
O período de volta às aulas acende um alerta quanto às consequências do possível peso das mochilas para crianças e adolescentes. O médico ortopedista Thiago Pedro, especialista em cirurgia da coluna, com atendimento no SEOT – Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia, indica a opção pelas que contêm rodinhas, a fim de minimizar os impactos negativos para a postura.
O médico afirma ter ciência da preferência dos adolescentes pelos modelos sem rodinhas. “Nesses casos, o melhor é fazer uso das com alças acolchoadas. Também vale destacar a importância de que as mesmas sejam transportadas com as alças nos dois ombros, ao invés de em um só, para que o peso da mochila não exceda 10% do valor do peso da criança”. A seleção do material escolar, de acordo com a necessidade de cada dia da semana, também é válido.
Sobre questões relacionadas à postura, ao sentar para o estudo em casa, por exemplo, é importante que os dois pés toquem o chão, ao invés de serem cruzados, como é feito pela maioria; ao usar o computador, a criança/ adolescente não pode baixar a cabeça para olhar a imagem (o mesmo vale para o uso do tablet ou celular), sendo imprescindível que esse esteja posicionado de forma que fique na linha do horizonte dos olhos.
O ortopedista, no entanto, diz que é válido limitar o acesso a esses equipamentos, sobretudo os dois últimos. “Caso a criança/ adolescente fique por horas em frente a esses aparelhos, pode desenvolver uma cervicalgia (dor no pescoço). Por isso, nunca utilize o computador, por exemplo, sobre a cama, uma vez que se vai flexionar o corpo para a visualização da tela. “É preciso apoiar os braços sobre os apoios laterais da cadeira ou sobre a mesa. Se os pais/ cuidadores observarem que a criança leva o queixo ao encontro do tronco, baixando o pescoço e ficando por horas nessa posição, essa criança/ adolescente vai desenvolver problemas cervicais e ter desgaste da coluna, já que essa postura aumenta o peso da cabeça sobre o pescoço e os ombros”.
TRATAMENTO – Em caso de queixas de dores recorrentes, é preciso procurar, o mais rápido possível, um especialista em coluna, como alerta o ortopedista. “Algumas questões podem ser observadas: se os ombros estão alinhados; se a cintura de um lado é igual a do outro; se, ao abaixar para pegar algum objeto no chão, sobe uma espécie de ‘corcovinha’ nas costas, que é uma escoliose postural, doença secundária, decorrente do peso da mochila”.
EXERCÍCIOS – A realização de exercícios físicos, sempre acompanhados de um profissional, é fundamental, a exemplo da natação e do pilates, para o fortalecimento e alongamento da musculatura, segundo indica o médico Thiago Pedro. Ele diz, no entanto, que isso vale para quem está nas fases da adolescência e adulta e que a presença de um personal, que vai corrigir os exercícios, é fundamental.
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