Fatores relacionados à doença que causou aproximadamente 30 mil mortes, em 2020, são apresentados pela oncologista Débora Porto, do NOA – Núcleo de Oncologia do Agreste
O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão (1º/08) traz um alerta sobre o tipo de câncer com uma das maiores taxas de mortalidade no mundo. Sendo o primeiro em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres, segundo estimativas mundiais de 2020, o câncer de pulmão é tema de campanha de conscientização durante todo o mês – intitulada Agosto Branco. No Brasil, é o terceiro mais comum entre os homens (18.020 novos casos) e o quarta entre as mulheres (14.540 novos casos), de acordo com as estimativas 2023 do INCA (Instituto Nacional de Câncer). O instituto aponta ainda que mais de 2,2 milhões de novos casos surgem por ano no mundo, sendo sendo 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres. No Brasil, a doença foi responsável por 28.618 mortes, em 2020. E o maior dos fatores de risco é o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco, responsável por aproximadamente 90% dos casos.
De acordo com o INCA, 85% dos casos diagnosticados está associado ao consumo de derivados do tabaco. Porém, no fim do século XX, esse tipo de câncer se tornou uma das principais causas de morte evitáveis: a taxa de incidência vem diminuindo desde a metade da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença decorre dos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados entre os diferentes sexos. A campanha Agosto Branco é uma das responsáveis por resultados positivos como esse, já que objetiva colaborar com a divulgação de informações sobre o câncer de pulmão, principalmente as relacionadas à importância da saúde dos órgãos, uma vez que a doença, normalmente, só é diagnosticada em estágios avançados e os sintomas iniciais não são claros.
A oncologista clínica, com foco em Oncologia Torácica, Débora Porto – com atendimento no NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste), em Caruaru, Pernambuco, esclarece que alguns sinais são considerados importantes em uma investigação mais precisa da doença: tosse e rouquidão persistentes, sangramento pelas vias respiratórias, dor no peito, dificuldade de respirar, fraqueza e perda de peso sem causa aparente.“A maioria dos pacientes apresenta sinais e sintomas nas fases mais avançadas. Quando a doença é diagnosticada no início, no entanto, as chances de cura são grandes. O tratamento cirúrgico tem progredido bastante, em relação às técnicas e à recuperação dos pacientes”.
A especialista enfatiza que, em população de alto risco (alta taxa tabagista), o câncer de pulmão deve ser rastreado e o paciente deve procurar o profissional da oncologia torácica adequado para que possa receber o melhor tratamento: “msmo para aqueles com doença avançada, o tratamento oncológico tem melhorado muito, nos últimos anos, aumentando bastante a sobrevida dos pacientes. Dois exemplos são a Imunoterapia e da Terapia-Alvo, essa última frequentemente usada em pacientes cujo tumor tem determinadas características moleculares”.
Débora Porto ressalta que o acompanhamento da doença por uma equipe médica qualificada faz toda a diferença na qualidade de vida dos pacientes: “o caminho que a Oncologia Torácica vem seguindo, com significativos avanços, é muito personalizado, tendo um impacto muito importante na sobrevida dos acometidos pelo câncer de pulmão. Por isso, é extremamente necessário que o paciente oncológico procure uma equipe preparada para lidar com a patologia”.