Oito em cada dez brasileiros alegam já terem sido vítimas de fraude digital; conheça os golpes mais comuns e como evitá-los, segundo especialista
O Dia dos Pais é uma das datas comemorativas que mais movimenta o comércio em todo o país.
Neste ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta um volume de vendas de R$7,7 bilhões, o que representa um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior.
Para os lojistas, a data representa uma importante oportunidade de movimentação financeira no varejo.
Embora o aumento das vendas seja esperado, o crescimento dos golpes online também acompanha esse movimento.
Cibercriminosos aproveitam datas festivas para explorar o aumento do tráfego digital, lançando suas armadilhas virtuais.
Eles atraem vítimas com ofertas irresistíveis, promessas falsas e até mesmo roubo de dados. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto SAS no primeiro trimestre deste ano, oito em cada dez brasileiros alegam já terem sofrido algum tipo de fraude digital.
Além disso, quase todos os entrevistados afirmaram terem medo de crimes virtuais e isso se reforça com as datas comemorativas que estão próximas.
Para Lucas Maldonado D. Latini, sócio de Maldonado Latini Advogados e especialista em direito digital pela FGV, é importante que o consumidor aja rapidamente caso perceba que caiu em um golpe.
“É essencial registrar um boletim de ocorrência, que pode ser feito em delegacias físicas ou pela internet“, orienta.
Maldonado também destaca que, caso o golpe envolva cartão de crédito ou Pix, a instituição financeira deve ser informada imediatamente para verificar a possibilidade de restituição dos valores.
Além disso, Lucas enfatiza a necessidade de exigir a nota fiscal nas compras online.
“Embora muitos deixem de lado, é com a nota fiscal que o consumidor consegue exercer seus direitos, como troca e devolução de mercadorias. Porém, o cliente deve estar ciente da política de troca e devolução da loja, pois nem todas as situações são atendidas pela loja”, comenta.
Proteção digital
Para garantir a segurança nas compras online, é importante que os consumidores nunca compartilhem senhas e códigos de autenticação, pois essas informações garantem acesso às contas dos usuários em diversas plataformas.
Lucas ressalta que o usuário deve preferir métodos de pagamento seguros, como cartões de crédito de uso único, que não podem ser clonados ou usados para mais de uma transação.
Também verificar a reputação do site, através de consultas e avaliações em sites como o Procon e ReclameAqui.
Caso a empresa possua uma boa reputação e atenda os clientes que tiveram problemas, é um bom sinal de confiabilidade. Manter o navegador e o antivírus atualizados também ajuda a prevenir ataques e vulnerabilidades.
Golpes mais comuns para ficar atento
Alguns casos de golpes aparecem com mais frequência, sendo os preferidos pelos criminosos. Abaixo, conheça os três principais golpes digitais e o que fazer para não ser uma vítima:
1. Phishing por e-mail
Phishing é uma técnica de fraude eletrônica em que criminosos enviam e-mails que aparentam vir de empresas legítimas, como lojas de varejo online, bancos ou serviços de entrega.
Em períodos de celebrações, é comum que consumidores recebam esses e-mails com ofertas “incríveis”, links para falsos rastreamentos de pedidos ou para atualização de informações pessoais.
O especialista destaca que para identificar uma mensagem de phishing, o usuário deve observar sinais como erros de ortografia ou gramática, endereços de e-mail suspeitos, solicitações urgentes para ações e links que não correspondem ao texto que aparece ao passar o mouse.
2. Sites de compras falsos
Também é comum que golpistas criem réplicas de sites eletrônicos conhecidos ou desenvolvam novos sites que parecem legítimos.
Normalmente, os sites coletam dados de pagamento de informações pessoais sem enviar qualquer produto.
O mais importante para prevenir-se é verificar a URL do site, procurar a presença de um certificado SSL (https://), ler avaliações de outros consumidores e, principalmente, desconfiar de preços muito abaixo do normal.
3. Anúncios enganosos em redes sociais
Criminosos utilizam plataformas de redes sociais para postar anúncios -muitas vezes- patrocinados que direcionam os usuários para sites maliciosos.
Outro ponto para ficar atento é clicar nos anúncios apenas de vendedores verificados, verificar os comentários e feedbacks dos anúncios.
“Os ataques de phishing e outros golpes cibernéticos podem parecer sofisticados, mas muitas vezes são baseados em truques simples que aproveitam a falta de atenção do consumidor que abre diversos links sem perceber.
É importante estar atento não apenas às ofertas tentadoras, mas também às pequenas discrepâncias que podem indicar uma fraude. Além disso, usar ferramentas de verificação de segurança online para checar a autenticidade dos sites para evitar fraudes é um caminho a ser seguido”, comenta o advogado.