O Brasil parou quando soube do acidente aéreo envolvendo os cinco integrantes do grupo Mamonas Assassinas
Em 2 de março de 1996 o Brasil perdeu um dos seus mais celebrados grupos musicais, os irreverentes Mamanas Assassinas, que estava no auge de sua carreira artística, movimentando seus fãs em shows ininterruptos por todas as partes do país. O Brasil parou quando soube do acidente aéreo envolvendo os cinco integrantes do grupo Mamonas Assassinas. O jatinho em que o grupo viajava, voltando de Brasília, onde a banda realizara sua última apresentação no Estádio Mané Garrincha, virou destroço na Serra da Cantareira, região da zona norte de São Paulo.
A tragédia que levou a banda formada por Dinho (vocal), Samuel Reoli (baixo), Júlio Rasec (teclado), Sérgio Reoli (bateria) e Bento Hinoto (guitarra), completa nesta quarta-feira, 2 de março, exatos 26 anos. Apesar de o tempo ter se passado, é praticamente impossível esquecer dos sucessos dos Mamonas Assassinas, que marcaram uma geração inteira.
O grupo teve sucesso meteórico, e a carreira da banda sob o nome Mamonas Assassinas durou nada mais do que um ano e meio, de outubro de 1994 a 2 de março de 1996. quando todos os seus integrantes morreram na tragédia aérea da Serra da Cantareira.
O primeiro e único CD gravado em estúdio pelos Mamonas Assassinas foi lançado no dia 23 de junho de 1995. O álbum trouxe 14 faixas musicais, entre elas as músicas de maior sucesso, e que até hoje são conhecidas nacionalmente, como “Vira-vira”, “Pelados em Santos”, “Robocop Gay” e “Jumento Celestino”, entre outras.
Com letras polêmicas e um repertório ousado, misturando diversos gêneros musicais, a banda chamou atenção do público com o álbum, acabou vendo mais de 3 milhões de cópias só no Brasil. Os Mamonas receberam um certificado de diamante triplo, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD). Até hoje o CD é o 3º mais vendido de todos os tempos no Brasil para artistas nacionais, e o 2° álbum mais vendido da década de 90.
A primeira vez que o grupo formado em Guarulhos, São Paulo, pisou nos estúdios de televisão Globo, foi para se apresentar no programa Domingão do Faustão, conhecido por marcar um horário nobre na grade de programação da emissora. Na época, pelo jeito extravagante e polêmico, Fausto Silva chegou até brincar dizendo que seria “a primeira e última vez na Globo”.
No entanto, o efeito Mamonas causou totalmente o oposto. A plateia do estúdio foi ao delírio na apresentação da música “Jumento Celestino”, que também divertiu os telespectadores. A tradição do grupo era se apresentar com fantasias. A escolhida por eles para o Domingão foi de temática dos super-heróis.
Após a estreia na rede Globo, os Mamonas Assassinas marcaram presença em outros programas, como o Altas Horas, de Serginho Groisman e até mesmo o prestígio de sere entrevistados por ninguém menos que Jô Soares.
O apresentador Gugu Liberato, na época em que trabalhava no SBT, emissora de Silvio Santos, apresentando o programa Domingo Legal, também cedeu espaço para os Mamonas. Ele, na verdade, foi um dos primeiros a convidar a banda para se apresentar em rede nacional.
Por serem de Guarulhos, um dos sonhos do grupo Mamonas Assassinas era se apresentar no principal ginásio da cidade de Guarulhos, o Ginásio Paschoal Thomeu, mais conhecido como Thomeuzão. Ainda no começo dos anos 1990, quando se quer eram conhecidos e a banda de chamava Utopia, um dos responsáveis pelo local chegou a humilhar o grupo e negou a apresentação deles.
Mas em janeiro de 1996, quando estavam no auge do sucesso nacional, os Mamonas finalmente se apresentaram no Thomeuzão. O público de 18 mil pessoas foi ao delírio com o show da banda, que ficou marcado como um dos mais emocionantes da trajetória dos Mamonas. Dinho, vocalista, chegou a sentar no palco e fazer um desabafo sobre a conquista de se apresentar no Ginásio.
Com o estrondoso sucesso, os Mamonas Assassinas saíram em turnê nacional por todo o Brasil. A banda chegava a se apresentar de oito a nove vezes por semana, com apresentações em 24 dos 27 estados brasileiros e ocasionais dois a três shows por dia. A fama era tanta, que a principal emissora de música do país, MTV Brasil, chegou a fazer um especial de “MTV na Estrada” com o grupo.
Não por menos, o cachê dos Mamonas tornou-se um dos mais caros, variando entre R$ 40 mil, R$ 50 mil, R$ 70 mil e R$ 100 mil. Consequentemente, a EMI faturou cerca de R$ 80 milhões com a banda. Em certo período, a banda vendia 50 mil cópias por dia
Uma das revistas mais importantes da indústria musical mundial, Billboard, chegou a destacar o sucesso da banda brasileira Mamonas Assassinas. A citação aconteceu em fevereiro de 1996. A publicação abordava as inéditas vendagens do disco de estreia do grupo.
Ouça o cd completo.