O cancelamento das temporadas 2020 e 2021 da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém trouxe muitas dificuldades para a Sociedade Teatral de Fazenda Nova, para o turismo de Pernambuco e para os moradores do Brejo da Madre de Deus que trabalham na montagem na encenação durante a Semana Santa.
Isso porque, sendo uma das principais atrações turísticas do País no período da quaresma, o espetáculo movimentava a economia do Estado e da região gerando emprego e renda para a população.
No distrito de Fazenda Nova, onde está a cidade-teatro de Nova Jerusalém, muitos moradores que há anos trabalham no espetáculo como figurantes ou em serviços gerais ficaram sem a renda que garantia o sustento da família na maior parte do ano. “São pessoas humildes que nos ajudam a realizar o evento a cada ano. Elas estão recolhidas em os seus lares, apreensivas pela falta de recursos para comprar alimentos e sofrendo psicologicamente”, afirma Robinson Pacheco, presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova.
Pacheco revela ainda que, da mesma forma, ficaram sem renda os artistas e equipe técnica. Ao todo mais de 1.500 empregos diretos foram perdidos por dois anos consecutivos e mais de 8 mil empregos indiretos deixaram de existir.
“Também saíram perdendo o comércio da cidade, os autônomos que negociavam no entorno do teatro e a rede hoteleira de todo Estado , principalmente Recife, Porto de Galinhas , e Caruaru que, durante a temporada recebiam grande fluxo de hóspedes na Semana Santa”, lamenta.
Segundo Robinson, a paralisação das apresentações deixou a Sociedade Teatral de Fazenda Nova sem a receita necessária para a manutenção da cidade-teatro e também para investir nas futuras apresentações.
“Estamos tentando contato com o Governo do Estado na tentativa de obter algum suporte a fim de minorar as grandes dificuldades que estamos enfrentando. Também já estivemos em Brasília no final de fevereiro e voltaremos esta semana para mais reuniões com parlamentares e representantes do Governo Federal, como o Ministro do Turismo Gilson Machado Neto, do Secretário Nacional de Cultura, Mário Frias, em busca de socorro emergencial para a situação crítica que enfrentamos”, destaca Robinson.