Uma das mais importantes e expressivas do Estado, a cadeia produtiva do leite gera emprego e renda para muitos pernambucanos, garantindo o alimento e seus derivados na mesa das famílias. Os produtores rurais têm um papel relevante nesse processo e, em reconhecimento ao trabalho desempenhado pela categoria, o deputado estadual licenciado e atual secretário de Desenvolvimento Agrário, Claudiano Filho, apresentou proposta há um ano para inclusão do Dia do Produtor de Leite do Estado de Pernambuco no calendário oficial de eventos comemorativos do Estado. A data foi instituída no artigo 88 – B da Lei 16.241.
O personagem símbolo da data é o produtor José Amaro, que iniciou a atividade em 1947 em Garanhuns, sendo um dos ruralistas mais respeitados de Pernambuco. Trabalhou até os 95 anos, falecendo meses depois. Como José Amaro, muitos outros produtores iniciaram cedo na profissão e seguem com o ofício passando para as próximas gerações, como o senhor Ubiraci Pacheco Vaz, conhecido como Bi Vaz, do município de Pedra, no Agreste. Aos 82 anos, seu Bi Vaz trabalha na ordenha manual desde os 20 anos, com a ajuda da família. “Precisamos ser valorizados porque levamos alimento à mesa das pessoas e isso também gera emprego. Por isso, é muito importante termos essa data para comemorar”, afirmou.
Dos cinco filhos, quatro seguiram os mesmos passos do pai, ajudando nos cuidados com a fazenda. Assim surgiu o laticínio Ubivelessa, administrado por Ubiracy Sarmento Vaz, filho de Bi Vaz. No local, são produzidos e comercializados queijo coalho, bebidas lácteas, queijo desidratado, queijo manteiga e manteiga de garrafa, com distribuição para a região Nordeste, além de outros estados. “É uma profissão auto-sustentável, que está no nosso sangue. Vem desde os meus avós, e pretendemos manter vivo para as próximas gerações”, comentou Ubiracy.
Claudiano Filho é um dos maiores defensores da categoria em Pernambuco, tendo coordenado a Frente Parlamentar instalada para combater medidas contrárias aos interesses do setor. “Estamos juntos dos produtores na luta pela defesa dos direitos e interesses da categoria, que é sofrida e já enfrentou muitas dificuldades, incluindo longos períodos de estiagem. Por isso, a data é um reconhecimento ao trabalho de todos”, afirmou Claudiano Martins.
Pernambuco ocupa o segundo lugar no ranking de maior produtor de leite da Região Nordeste, com números expressivos que mostram a força dessa cadeia produtiva: atualmente são 60 mil produtores, responsáveis pela produção de aproximadamente 2.3 milhões de litros de leite por dia.
Um total de 27 municípios pernambucanos integram a bacia leiteira, em sua maioria no Agreste Meridional e do Sertão do Araripe, onde são produzidos queijo coalho, queijo manteiga, queijo mussarela, manteiga e doce de leite. Hoje, o rebanho bovino é de 2,1 milhões, com 67 estabelecimentos lácteos registrados, sendo uma granja leiteira, nove usinas de beneficiamento de leite, 15 fábricas de laticínios e 42 queijarias artesanais, além de outras 74 queijarias artesanais em processo de formalização.
São números que mostram a vocação do Estado para a exploração da pecuária leiteira bovina. Outra característica a ser destacada é que, em sua grande maioria, a pecuária leiteira é conduzida por produtores de base familiar, sendo, portanto, uma das atividades sócioeconômicas mais importantes de Pernambuco.
LEITE DE TODOS – A Secretaria de Desenvolvimento Agrário executa o Programa Leite de Todos, que atende 183 municípios pernambucanos através de cinco cooperativas e duas associações de produtores de leite. São adquiridos leite dos 3 mil produtores do Pronaf, que possuem uma produção de até 35 litros/dia/vaca e cabra. A distribuição é feita para crianças, gestantes e nutrizes de comunidades carentes da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e parte do Sertão.