Ferimentos, arranhões e pequenas infecções na pele funcionam como portas de entrada para essa condição, segundo Gabriella Souza, enfermeira dermatoterapeuta e hiperbarista – sênior da unidade Caruaru da Clínica Cicatriza
Infecção generalizada da pele, muito comum, que atinge os vasos linfáticos e causa feridas vermelhas com bordas elevadas e irregulares, inflamadas e dolorosas, a erisipela pode acometer qualquer parte do corpo, apesar de ser mais comum nas pernas, rosto ou braços. As pessoas com mais de 50 anos, com obesidade ou diabetes, são mais suscetíveis à doença, que não é contagiosa e pode ser causada por uma bactéria específica – localizada no tecido subcutâneo e derme (pele) – ou celulites não estéticas. Antes de tudo, é preciso prevenir, sobretudo os pacientes que já têm varizes ou infecção venosa crônica, como destaca a enfermeira Gabriella Souza – sênior da unidade Caruaru da Clínica Cicatriza.
A enfermeira dermatoterapeuta e hiperbarista diz que é preciso ficar atento ao combate de micoses inter digitais, além de cuidar com atenção da higiene dos pés, tratar ferimentos ou arranhões e pequenas infecções na pele, uma vez que esses funcionam como portas de entrada para a condição. Justamente por isso, no período chuvoso, se deve redobrar os cuidados. “A época de chuva favorece o aparecimento da erisipela, uma vez que ela só precisa de uma porta de entrada para se alastrar. Apesar de não haver um dado científico que aponte para isso, nesse período, as pessoas ficam mais suscetíveis a andar na água e, se houver um corte, por exemplo, vai infeccionar com mais facilidade e pode evoluir para uma erisipela com mais facilidade também. Se forem percebidos sintomas, é imprescindível procurar ajuda médica imediata, a fim de evitar complicações graves. É preciso passar por um médico vascular e procurar um serviço especializado para a limpeza e o curativo. A aplicação de ozônio também ajuda bastante no processo. Se o local oferecer o serviço médico e de curativo, melhor ainda. É o ideal, na verdade”.
Existem ainda outras complicações que podem decorrer da erisipela, por isso a necessidade de estar atento: abscesso (acúmulo de pus); coágulos de sangue (trombose venosa); gangrena (isquemia e morte do tecido); envenenamento sanguíneo (infecção generalizada); infecção de válvulas sanguíneas; ou infecções de articulações e ossos. Caso a infecção esteja próxima aos olhos, pode atingir o cérebro.
Entre os sintomas para os quais se deve estar atento estão sinais sistêmicos de infecção, a exemplo da febre, calafrios e infecção mostrada no sangue, além de sensação de queimação na região afetada. Gabriella Souza alerta para a necessidade de se cuidar rapidamente da doença. “O tratamento é feito via oral, com antibióticos, para combater a infecção, e cuidar das feridas de forma profissional, a fim de minimizar danos no sistema linfático e evitar a evolução para a erisipela bolhosa (pequenas bolhas, com cerca de 10cm de comprimento, que contêm um líquido transparente, amarelo ou marrom). É importante destacar que surtos repetidos podem evoluir a doença para a elefantíase”.