Mercado de gás natural e transição energética no Brasil é tema de seminário realizado no Recife

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Genecy Mergulhao
Mercado de gás natural e transição energética no Brasil é tema de seminário realizado no Recife

Os principais temas ligados ao mercado de gás natural e renovação de fontes energéticas estão sendo discutidos, nesta sexta-feira (8), no seminário “Gás Natural para uma Transição Energética Sustentável e Igualitária”. O evento, que acontece durante todo o dia no Recife, é realizado pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) em parceria com a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás). Governantes, empresários e lideranças do setor estão discutindo temas como  competitividade do setor de gás natural e os novos mercados emergentes. 

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, participou da abertura. Ela reforçou o compromisso do governo estadual com o fortalecimento e o desenvolvimento do setor energético e os projetos de interiorização do gás natural no Estado. Ao apresentar dados sobre a economia estadual, a gestora destacou que a Copergás é a sexta maior distribuidora de gás natural do Brasil e que terá investimentos de quase R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, principalmente na expansão da rede.

A Copergás é tida como estratégica no nosso desenvolvimento sustentável.  Colocar a questão da transição energética no centro do nosso debate. Estamos investindo em uma energia que é mais barata, mas também incentivando questões como o Programa Morar Bem, que coloca gás natural em cada moradia entregue”, afirmou a governadora.

A transição energética do Polo Gesseiro do Araripe também foi abordada na fala da governadora Raquel Lyra. A Copergás, através de uma ação integrada de diversos órgãos do governo, está levando o combustível para a região, permitindo que as indústrias usem o gás natural para a produção do gesso. Até então, era usada a lenha, com perdas para o meio ambiente e poluição. “Já tem a primeira indústria abastecida por gás natural, iniciando uma nova era. Esse era um pleito colocado há décadas que conseguimos realizar. Desenvolvemos uma operação para levar o gás natural até lá e pretendemos expandir para todas as empresas do polo”, acrescentou a gestora. 

Luiz Gavazza, diretor-presidente da Bahiagás e presidente do Conselho de Administração da Abegás, comentou que o Seminário é o resultado do esforço que vem sendo feito para promover e estimular a transição energética, mudando o cenário de combustíveis fósseis mais poluentes para as energias renováveis. “Temos um papel destacado do gás natural no Brasil, para que o fornecimento na transição energética seja viável, constante e seguro. Além disso, traçar um caminho igualitário, para expandir essa rede a todo o país, integrada com o uso de todas as fontes de energia de que dispomos”, colocou.

Gavazza também lembrou que o Brasil é o país do G20 com a matriz energética mais limpa e que a pegada da redução de carbono deve ser a missão. “Nunca o gás natural esteve tanto em evidência no Governo Central. Temos ações concretas, discutimos a pauta da substituição do diesel, dos veículos de frota, pelo gás natural. Estaremos reduzindo em 30% os poluentes que respiramos”, detalhou o gestor, acrescentando que as duas primeiras microrregiões verdes estarão na conurbação de duas cidades de Pernambuco e da Bahia, com Petrolina e Juazeiro.

Felipe Valença, diretor-presidente da Copergás, evidenciou o papel do gás natural como indutor da atração de novos negócios e impulsionador da ampliação do setor industrial. “Nossa indústria precisa de uma resposta rápida para que volte a crescer. Isso pode acontecer em outras regiões e estamos reunidos aqui para trazer novas perspectivas”, explicou .

Fred Maranhão, diretor de Regulação Econômico e Financeira da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Pernambuco (ARPE) e também vice-presidente Nordeste da Associação Brasileira de Agências Reguladoras (ABAR), evidenciou a disposição para que seja concretizado um trabalho em conjunto, em um mercado que usufrui de um momento de ebulição. “As agências reguladoras não formulam políticas públicas, mas estamos de braços abertos para prover todos os instrumentos necessários para agilizar essa revolução no setor”, pontuou.

Maranhão citou, ainda, a Lei 14.993, sancionada em 2024, regulamentando e criando programas de incentivo à produção e ao uso de combustíveis sustentáveis, como o diesel verde e o biometano, destacando que até 2026 as definições técnicas terão que ser cumpridas.

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