Quarta reportagem da série Coração de mãe mostra o dia a dia de mulheres que tiveram filhos com Autismo e Síndrome de Down.
Uma a cada 36 crianças tem Autismo. Quem tem Autismo, tem uma condição que compromete o comportamento, a comunicação, a linguagem, que afeta o modo como a pessoa percebe o mundo e socializa. As estatísticas são do órgão de saúde Centers for Disease Control and Prevention (CDC), que divulgou os dados após um levantamento realizado após três anos.
Em Caruaru, Agreste de Pernambuco, mora Vandielma Rosileide. Ela tem 27 anos e é mãe do pequeno Davi, que foi diagnosticado com Autismo. A mãe de Davi conta que o período da maternidade foi difícil, não houve planejamento, e ela chegou a ser expulsa de casa, indo morar com a avó.
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Ao saber que o filho tinha nascido com Autismo, a mãe de primeira viagem, não aceitou e deixou por um tempo o bebê com a avó e foi morar em Maragogi.
“Eu não queria que ele fosse assim, queria ele fosse uma criança normal. Não aceitei de primeira, demorei um tempo para entender”, disse Vandielma Rosileide.
Atualmente, a mãe voltou a morar em Caruaru e cuida diariamente do filho. A vida da dona de casa não tem sido fácil, ela não trabalha e sobrevive com um valor mensal de apenas 600 reais de um benefício social do governo. Contudo, a mãe, com o passar do tempo amadureceu e sabe que apesar das dificuldades, Davi, é e sempre será o grande amor da vida dela.
“Eu desejo um acompanhamento completo, uma vida mais digna, melhor pra meu filho. Deus mandou minha companhia que é Davi. Ele é tudo pra mim. Deus tem um propósito na minha vida. Ter Filho é difícil, mas a recompensa vem do céu. A caminhada é longa, mas a vitória é certa”, disse.
Silvania torres, mãe de John, também chegou a passar por momentos de muita luta, assim como Vandielma. O filho dela tem Síndrome de Down. Ela conta que a gestação foi tranquila, até chegar o oitavo mês.
“No oitavo mês veio a surpresa, a cardiopatia. Eu não dormia, quando ele parava de mexer”, disse Silvania Torres.
O problema de saúde causou pânico na família e a notícia que tinha deixado a mãe triste, foi ainda pior quando a criança nasceu.
“Quando peguei o meu bebê nos braços, a enfermeira disse que ele tinha Síndrome de Down. Foi outro momento triste, não acreditei, meu coração só acreditou que ele tinha o problema de saúde, quando saiu o exame”, disse.
Após o período de aceitação a vida continuou e atualmente o pequeno John é a alegria da casa. “Ele é meu tudo, ele é felicidade, amor, acolhimento”, disse.