Ainda que esteja no comando do governo central, o PT enfrentará dificuldades em lançar nomes próprios e competitivos para a disputa para as prefeituras ano que vem, raciocínio que vale para capitais e grandes e médios centros. No interior, o partido tem problema histórico de alcançar conquistas.
O receio de se repetir o quadro de quatro anos atrás assusta. O PT não conquistou sequer uma prefeitura de capital pela primeira vez desde 1985, a partir da redemocratização.
As principais prefeituras administradas hoje pelo partido de Lula, nas vitórias de 2020, são cidades médias: Juiz de Fora e Contagem, em Minas Gerais, e Mauá e Diadema, em São Paulo.
Para 2024, o partido irá precisar dos aliados, já que está sem nomes fortes para concorrer, apesar de Lula no Palácio do Planalto. É a extensão da “frente ampla” para os municípios.
Em Rio, São Paulo e Belo Horizonte – entre os maiores colégios eleitorais – são difíceis as chances de algum nome próprio do partido. No Rio, o nome de Marcelo Freixo – que acumula derrotas para Prefeitura e governo do estado -, agora no PT, não aparece nas apostas. A tendência é de apoiar a reeleição de Eduardo Paes, do aliado PSD.
Em Belo Horizonte, capital na qual o PT deixou há tempos de ser competitivo, há dois nomes, também ambos do PSD, como alternativos: apoiar uma reeleição de Fouad Nouman e, caso ele não dispute, apostar na volta de Alexandre Kalil, derrotado para governador em 2022, mesmo com o apoio de Lula. No campo da esquerda, o nome que se apresenta é da deputada federal Duda Salabert, do PDT.
Em São Paulo, há o compromisso do PT com Guilherme Boulos, do PSol, até agora um dos favoritos, apontam as pesquisas. Eleito deputado federal com votação expressiva, o deputado e seu partido cobram o acordo firmado com os petistas, quando ele deixou de disputar o governo estadual em adesão a Fernando Haddad em 2022. (Por Ricardo Noblat )