Unidade frigorífica vai ampliar currais, abates e câmaras, além de instalar novos setores para o processamento e porcionamento de carnes
Em 2022, as restrições por causa da pandemia começaram a ser flexibilizadas e a economia voltou a ser ativada. Naquele ano, a Masterboi inaugurou a sua terceira unidade industrial, em Canhotinho, no agreste pernambucano, em uma iniciativa vista como ousada. Os críticos diziam que a pecuária no Nordeste vivia declínio e perdia espaço para outras regiões. O presidente da Masterboi, Nelson Bezerra, contra-argumentava: “Não tem criação de gado, porque não tem um frigorífico para comprar”.
Nesta quinta-feira (dia 15), a unidade em Canhotinho completa dois anos e anuncia investimentos que comprovam o senso de oportunidade de Nelson Bezerra. A Masterboi vai investir R$ 20 milhões, em 2024, e com a expectativa de habilitação para exportação para a China, mais R$ 30 milhões, em 2025. A unidade tem planos de ampliação dos currais, aumento no número do abate, novas câmaras frigoríficas, duplicação da capacidade do estoque e a criação de novos postos de trabalho. Os planos serão executados no decorrer de 2024 e 2025.
O presidente do Grupo Masterboi, Nelson Bezerra, é conhecido pela sua resistência a acomodações. Essa característica se reflete no ritmo de crescimento do Grupo Masterboi. Começou em 2000, como atacadista de carnes. Em 2009, assumiu as operações do frigorífico em Nova Olinda, Tocantins. Em 2015, inaugurou outro em São Geraldo do Araguaia, no Pará. Em 2022, foi a vez de Canhotinho. Em 2023, o Grupo Masterboi abateu 386.766 bovinos e 1.124 suínos. Os suínos são exclusivos para a unidade em Canhotinho.
Ampliações
O quadro atual de funcionários em Canhotinho registra 599 trabalhadores. No decorrer do ano, novas 100 contratações serão feitas. Com a conclusão da segunda fase de ampliações, mais 400 novos empregos serão criados. Serão 500 novos postos de trabalho, com as ampliações.
A planta em Canhotinho também vai construir dois novos setores: de embutidos e porcionados. Esse último, para preparar porções com cortes de carne. Os embutidos representam uma nova na linha de produção da Masterboi. Os porcionados serão transferidos do Recife. Essa mudança vai servir para aumentar a capacidade de armazenamento na capital.
O frigorífico em Canhotinho iniciou as atividades abatendo 200 cabeças por dia. Em 18 meses, passou para 450 e, atualmente, são 478 cabeças/dia. Concluída a primeira fase da expansão, este ano, passará a abater 600 animais por dia. Em 2025, serão 900 cabeças/dia, com a possibilidade de habilitação para exportação para a China. Será um incremento de 88%, considerando o abate de hoje (478) e o previsto para depois da conclusão da segunda fase de investimentos.
Os currais foram inaugurados para receber 524 cabeças. Quando as obras forem concluídas, receberão 1.020 cabeças. Crescimento de 100%. A Masterboi segue com rigor todos os preceitos de bem-estar animal: com vistoria nos caminhões antes do transporte, desembarque seguro, oferta de água em abundância nos currais e constante capacitação das equipes que lidam com os animais nas três unidades.
Novas câmaras frigoríficas vão ser construídas para ampliar a capacidade dessas etapas do processo industrial. As câmaras de maturação são aquelas que recebem o boi depois do abate. A capacidade atual para 570 animais será ampliada para 1.020 até 2025.
Depois da câmara de maturação, a proteína animal passa por um processamento antes de seguir para a câmara-pulmão. Em Canhotinho, a capacidade atual das câmaras-pulmão é de 810 quartos de animal. Depois da fase 2 da ampliação, as câmaras-pulmão terão capacidade para 2.140 quartos de animal.
Atualmente, a desossa processa 1.500 peças. Até o final do ano, são 2.000 peças desossadas e, na fase 2, serão 4.000 peças desossadas. A estocagem também será ampliada de 700 toneladas para 1.400 toneladas.
Mercados
Antes da decisão pelos investimentos na ampliação, a Masterboi em Canhotinho já era apontada como prova do tino empresarial de Nelson Bezerra. O terreno tem topografia adequada e está próximo ao Reservatório de Pau Ferro com seus 12 milhões de metros cúbicos. A água é um insumo essencial para um frigorífico. A unidade fica perto da BR-423 e, traçando um perímetro de 400 quilômetros de raio, estamos na distância máxima dos principais municípios criadores em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Paraíba. Os governos de Alagoas e Sergipe já alteraram a legislação que incide no boi para estimular o comércio interestadual.
Entre os estados fornecedores de gado, destacam-se Maranhão e Piauí. O criador destes estados assume um frete de 600 a 1.000 quilômetros interessado em vender para a Masterboi. Esse movimento foi notado por criadores de gado do Ceará que abriram diálogo com autoridades do estado em torno de Nelson Bezerra, para a instalação de um novo frigorífico nas terras que já foram abençoadas por padre Cícero.
Outro traço de Nelson Bezerra é seu estímulo à pecuária. Semanas atrás, reuniu um grupo de empresários do setor sucroenergético e pecuaristas em uma viagem para a Usina Jalles Machado, em Goianésia, Goiás. Foram ver de perto as sinergias possíveis entre as atividades agroindustrial canavieira e a pecuária. A usina fornece alimento para mais de 20 mil cabeças de gado confinados, considerando um único cliente.
Sobre a Masterboi
A Masterboi é uma empresa pernambucana com 24 anos de fundação, é considerada uma das maiores indústrias frigoríficas do país, com três unidades pelo país: em Nova Olinda, no Estado do Tocantins; em São Geraldo do Araguaia, no Pará; e em Canhotinho, no Agreste de Pernambuco. Também possui dois centros de distribuição, uma charqueada, transportadora e seis lojas. A Masterboi conta atualmente com a colaboração de mais de 4 mil funcionários, e exporta para mais de 110 países.
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