A empresa de tecnologia relançou o Nokia 3210
Os anos 2000 estão de volta, e o celular ‘tijolão’ também. A empresa europeia HMD Global, vendedora licenciada de aparelhos da Nokia, relançou o Nokia 3210 após 25 anos da estreia do produto no mercado.
A HMD tenta surfar na onda de decepção com os smartphones e redes sociais para vender ‘dumbphones’ –celulares burros, em tradução literal, sem sistemas operacionais complexos como os modelos atuais. A empresa aposta em aparelhos com longa vida útil, fácil manutenção e bateria durável.
No ano passado, a marca dobrou, em relação a 2023, as vendas de outro celular nostálgico, o Nokia 2660 Flip, e espera um crescimento ainda maior do mercado desses tipos de aparelho em 2024, segundo material de divulgação.
A venda desses aparelhos, contudo, têm caído no Brasil -a baixa foi de 19,3% em 2023 em relação ao ano anterior, de acordo com o instituto IDC Brasil. Dados da plataforma Statista mostram situação similar na Europa. Os principais mercados para ‘dumbphones’ são Alemanha, Reino Unido, China e Brasil.
A favor da marca está o apelo nostálgico crescente com os anos 2000 impulsionado pelas redes sociais. No Instagram, a hashtag Y2K, sigla que significa anos 2000, possui mais de 7,3 milhões de publicações. No TikTok, a hashtag vai em 2,2 milhões de vídeos; alguns deles trazem usuários utilizando outro aparelho comum dos anos 2000, o celular flip, dobrável.
Inspirado pelo visual da época, o Nokia 3210 terá as cores Azul Scuba, Preto Grunge e Ouro Y2K. Traz também o Snake, o jogo da cobrinha, e lanterna.
Para o principal executivo de marketing (CM)) da HMD, Lars Silberbauer, o lançamento faz sentido num momento em que “os consumidores procuram equilibrar o uso do tempo de tela com uma desintoxicação digital”. “Vamos voltar ao Y2K, quando as conversas importavam mais do que curtidas e compartilhamentos”, diz o anúncio da marca.
BATERIA DO CELULAR PODE DURAR ATÉ UMA SEMANA
Apesar de manter a tradição, o aparelho vem também com algumas novas ferramentas: conectividade 4G, bluetooth, câmera de dois megapíxels, WhatsApp, Google Maps e Shorts do YouTube.
A empresa também destaca na divulgação a longa vida da bateria do aparelho, lembrada por durar até uma semana. São 1.460 miliampere-hora -a capacidade fica abaixo da metade das baterias de celulares atuais, mas o consumo dos ‘dumbphones’ é menor por causa da simplicidade do sistema.
O aparelho está disponível em alguns países europeus, como Reino Unido, por 74,99 libras (cerca de R$ 486), e Alemanha e França, por 79,99 euros (aproximadamente R$ 445). Não há disponibilidade para compra do Nokia 3210 no site da empresa aqui no Brasil, mas aparelhos comprados na Europa funcionam no país.
A Nokia parou de produzir celulares em 2016, desde que foi vendida pela Microsoft à empresa de semicondutores taiwanesa Foxconn, e desde então mantém foco no setor de infraestrutura de telecomunicações, com instalação de antenas e redes.
No mesmo ano, a HMD comprou o direito de revender os aparelhos da marca finlandesa, que dominou o mercado no início dos anos 2000. A vendedora licenciada chegou ao Brasil em 2020.
No país, estão disponíveis os ‘dumbphones’ Nokia 110 4G, Nokia 2660 Flip e Nokia 105, por preços que variam dos R$ 115 aos R$ 400.
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