Doceira de Agrestina, Menininha do Alfenim é eleita Patrimônio Vivo de PE e mantém tradição: ‘Meus netos todos sabem fazer’

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Genecy Mergulhao

A doceira do município de Agrestina, no Agreste pernambucano, Maria Belarmina, de 93 anos, conhecida popularmente como Dona Menininha do Alfenim, foi eleita no prêmio Patrimônio Vivo de Pernambuco em uma reunião online realizada pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC), na sexta-feira (4).

Dona Menininha é a única representante do Agreste pernambucano nesta edição. Além disso, em 15 edições do prêmio, esta é a primeira vez que um candidato é eleito na linguagem de gastronomia. A mestra Menininha agora está entre os 69 patrimônios vivos titulados.

Natural de Agrestina, ela já não produz mais alfenim comercialmente. Ela repassou todos os conhecimentos que tinha da confecção do doce para alguns dos filhos e os netos, que continuam o legado da família. O alfenim é produzido pelos familiares há mais de um século. Dona Menininha aprendeu o ofício com o irmão dela.

“Eu trabalhei por muito tempo. Comecei a fazer alfenim nova com meu irmão. Eu tinha uns 10 anos. Meu pai fazia telhas e eu fazia cavalinhos de barro e bonecas. Depois, quando meu irmão começou a aprender a fazer [o alfenim], eu fui aprender e fazer também”, ressaltou Dona Menininha sobre quando começou a trabalhar com o doce.

Dona Menininha moldando o alfenim — Foto: Adriano Monteiro/Decom/PMA

Para ela, o sentimento de ganhar o título de patrimônio vivo foi de muita felicidade, enxergando também como um reconhecimento do seu trabalho produzido ao longo dos anos. “Fiquei e ainda estou [muito feliz]”, destacou a doceira sobre o sentimento quando perguntada pelo G1.

A produção do alfenim

O doce ficou conhecido a partir da comercialização nas festas de padroeiros. Para a confecção, são necessários apenas três ingredientes: “1 kg de açúcar, algumas gotas de limão e goma de mandioca seca. A goma é para usar nas mãos, para não grudar”, salientou José Otaviano, conhecido como Cazuza, um dos filhos de Dona Menininha que produz o alfenim comercialmente.

Dona Menininha produzindo o alfenim — Foto: Divulgação


Todos os ingredientes são fervidos em uma panela até pegarem o ponto certo. A massa depois é preparada com as mãos e moldada em forma de figuras diversas. A doceira ressaltou que a dificuldade é acertar no ponto da massa. “Meus netos todos sabem fazer. As figurinhas são fáceis de fazer, mas para dar o ponto é que é perigoso. Não é todo mundo que sabe dar o ponto”, finalizou.

*Sob supervisão de Joalline Nascimento

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