Após uma semana de paralisação, os servidores do IFPE Belo Jardim decidiram aderir à greve nacional convocada pelas entidades que representam os servidores do executivo federal. A decisão foi oficializada no dia três, após assembleia-geral. Os funcionários públicos federais rejeitaram a proposta do governo de congelar os salários este ano, com a promessa de reajuste para 2025 e 2026.
“É inaceitável o congelamento salarial neste ano e uma promessa de reajuste para os dois exercícios seguintes”, afirmou Rudinei Marques, presidente do Fonacate.
“O governo tem condições de recompor os salários já em 2024, e vamos brigar por isso.” Em dezembro, o governo propôs às entidades sindicais que compõem a Mesa Nacional de Negociação Permanente um reajuste de 9% a ser pago em duas parcelas: a primeira em maio de 2025 e a segunda em maio de 2026.
Maior insatisfação
Nos últimos dias, a insatisfação do funcionalismo federal tem aumentado por causa dos reajustes concedidos a algumas categorias, especialmente a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A correção concedida às forças de segurança foi visto como uma sinalização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a esse eleitorado, que é ideologicamente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com isso, pressões de outras categorias começaram a aumentar, com professores e agentes ambientais. Nesta semana, cerca de 1,2 mil funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) cruzaram os braços com cobranças por valorização e reestruturação das carreiras.
Confira na íntegra a nota do IFPE Belo Jardim comunicando a decisão de aderir à greve:
Na última sexta-feira, 3 de maio, depois de uma semana de paralisação, os servidores do IFPE Belo Jardim se reuniram em assembleia e decidiram aderir à greve nacional dos servidores federais da educação, por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira, 6 de maio.
A gestão do campus esteve reunida com o Comando de Greve local nesta data para avaliar o impacto do movimento nas atividades acadêmicas e constatou que a grande maioria das atividades, especialmente da área de ensino, estão bastante prejudicadas devido à grande adesão ao movimento grevista por parte dos servidores.
Diante deste cenário delicado, a direção-geral resolveu suspender as aulas por tempo indeterminado a partir da terça-feira, 7 de maio.
Atividades acadêmicas consideradas essenciais continuarão sendo realizadas, tais quais projetos de extensão, projetos de pesquisa e estágios obrigatórios de acordo com o projeto acadêmico do curso, dentre outros.
A gestão do campus Belo Jardim reconhece a legitimidade do movimento, respeitando a decisão dos servidores técnico-administrativos e docentes em aderir à greve nacional. O diálogo com o Comando de Greve local permanece com muita coerência e transparência.
Estaremos mantendo toda a comunidade informada através dos canais de comunicação do campus (portal institucional e redes sociais).
Logo que o movimento grevista chegar ao fim, estaremos imediatamente divulgando o plano para compensação das aulas paralisadas para que nenhum dos nossos estudantes sejam prejudicados e o Calendário Acadêmico retorne à normalidade no espaço de tempo mais breve possível.