O cenário político de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, foi marcado por reviravoltas dramáticas na eleição para a presidência da Câmara de Vereadores. Zé Gury Jr, o vereador mais votado da cidade, sofreu uma derrota inesperada ao ser traído por seus próprios aliados na véspera da votação. A presidência da Casa foi conquistada por Pitomba da Lotação, em um movimento político que surpreendeu até os mais experientes.
O plano e a queda
Zé Gury, que já havia presidido a Câmara, tentou articular sua reeleição, rompendo com o atual prefeito, Gilvandro Estrela. Sua estratégia parecia bem-sucedida, pois conseguiu reunir sete vereadores em torno de sua candidatura. Entre eles, estava Pitomba da Lotação, que chegou a posar ao lado de Zé Gury em uma publicação nas redes sociais, onde este afirmava ter o seu apoio garantido.
Contudo, o que parecia ser uma vitória certa desmoronou horas antes da votação. Pitomba, que havia se comprometido publicamente com Zé, reuniu-se a portas fechadas com Gilvandro Estrela. Nesse encontro, o prefeito, conhecido por sua habilidade política, conseguiu convencer Pitomba a lançar sua candidatura à presidência. Pitomba não só aceitou como conquistou o apoio necessário para vencer a eleição, superando o próprio Zé Gury e Nilton Senhorinho, que inicialmente era o preferido do prefeito.
O jogo político e as traições
A disputa pela presidência da Câmara expôs as fragilidades das alianças políticas. Zé Gury, que havia traído Gilvandro para tentar consolidar seu poder, acabou sendo traído por dois de seus aliados: Pitomba da Lotação e Dé da Cohab I. O episódio reforça a imprevisibilidade das articulações políticas e mostra como a ambição pode ser um campo minado.
Oposição enfraquecida
Com a derrota de Zé Gury, a oposição ao prefeito Gilvandro Estrela — formada por seis vereadores: Zé Gury, Euno Andrade, Lila, Edson Silva, Tenente e Jack — enfrenta um momento de incerteza. Apesar de contar com números significativos, o grupo precisará superar as divisões internas e fortalecer sua coesão para fazer frente a um prefeito que detém a maioria na Câmara e o apoio de 70% da população.
Uma coisa é certa: o episódio da eleição para a presidência da Câmara será lembrado como um marco de traições, estratégias e reviravoltas na política de Belo Jardim. O futuro da oposição e a governabilidade de Gilvandro Estrela dependem dos próximos passos no xadrez político da cidade.